sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A incrível história da menina que quase foi morta pelo ex-namorado


Beatriz Pimentel jamais imaginou que uma surpresa no Dia dos Namorados poderia se transformar numa grande cilada
"Senti meu ar ir embora. Achei que ia morrer"
Na noite de 4 de junho do ano passado, Beatriz Pimentel, 17 anos, chegou ao hospital sem os movimentos do pescoço pra baixo e sem conseguir falar. Ela acabara de ser agredida por uma pessoa que, até então, considerava especial: o ex-namorado. Aos 13 anos, Beatriz conheceu João*. Na época, ele tinha 17 anos. Logo surgiram afinidades e eles começaram a namorar. O relacionamento durou quase três anos e eles terminaram quando a garota descobriu que o namorado a traía. “Me contaram em uma festa, quando estávamos dando um tempo. Eu já desconfiava, mas ele negava. Não foi a primeira vez que a gente se separou. Mas, dessa vez, decidi não voltar mais”, lembra. João ficou desesperado. Só que a garota não queria saber mais dele. Foi só depois de muita insistência que eles conversaram e ficaram amigos. Foi pouco depois de uma semana que o “amigo” mostrou suas verdadeiras intenções. Eles tinham combinado de se encontrar em uma lan house. Como estava próximo ao Dia dos Namorados e eles haviam terminado havia pouco tempo, João disse que já tinha comprado um presente. Mas Beatriz teria que pegar o pacote na casa dele. Afinal, era um urso enorme e ele estava com vergonha de ser visto com o brinquedo na rua. Ele implorou e a garota, meio a contragosto, aceitou. Quando chegaram, Beatriz disse que preferia esperar na porta, mas o ex a puxou para dentro de casa. Ele levou a garota para um quarto escuro e trancou a porta. “Perguntei onde estava o presente e ele disse que queria conversar comigo antes de me dar.” João começou a falar o quanto Beatriz tinha feito mal a ele. Falava como tinha sido um namorado perfeito e perguntou se ela ainda o amava. A garota respondeu que não e implorou pra ir embora. Ele disse que ela não sairia dali e Beatriz começou a gritar. Foi o que bastou para o ex-namorado se descontrolar e tampar a boca da menina com força. Como ela usava aparelho nos dentes, os lábios começaram a sangrar. Beatriz gritava cada vez mais alto e ele começou a apertar seu pescoço. “Ele me olhava trincando os dentes e me mandava calar a boca. Eu tentava bater nele, mas não conseguia. Desmaiei”, conta. A garota acordou no colo do ex. Beatriz tentou ficar calma. Mas, quando percebeu que não seria solta, voltou a gritar. Novamente, o ex-namorado a enforcou, mas agora com mais força. “Senti meu ar ir embora. Achei que eu ia morrer.” Quando Beatriz acordou, estava dentro de um carro, indo para o hospital. Tentava falar ou se mexer, mas não conseguia. “Na hora eu pensei: ‘Putz, tô aleijada. O que esse desgraçado me fez?`” Ela tentou ficar acordada, mas não conseguiu. Ao despertar, Bea viu que João estava deitado em uma cama perto dela. O que rolou é que, para tentar se inocentar do crime, ele pegou uma faca, fez cortes superficiais nos pulsos e fingiu estar desmaiado. Com isso, todos achavam que João também era vítima de algum assaltante e o socorreram também. Em pânico e com muita dificuldade, a primeira atitude da garota foi dizer as seguintes palavras ao médico: “Tira o João daqui. Foi ele que fez isso comigo”. Ela foi medicada e, logo depois, voltou ao normal. No dia seguinte, Beatriz denunciou o ex à polícia. Ele foi intimado a comparecer à delegacia e confirmou a versão da garota. O processo ainda está em andamento e, por ser maior de idade (hoje ele tem 22 anos), João pode ser preso. Beatriz se recupera com a ajuda de psicólogos. O trauma que passou fez com que lidasse com os namoros de forma mais reservada. “Criei um escudo.” Ela vê o seu agressor todos os dias: além de morarem próximos, ele trabalha em uma loja perto da escola de Bea. “Tenho medo de ele se vingar. O que me deixa tranqüila é que na delegacia me garantiram que qualquer coisa que acontecer comigo ele é preso. Só lembrando disso consigo dormir”, desabafa.

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